Ainda faltam alguns dias para terminar, a questão é que demorei a ir, porque uma amiga estava viajando e ficamos esperando a volta dela, que acabou não indo. Mas, dessa vez, estive por lá enquanto as casas eram reformadas, e vi muita coisa acontecendo. E, surpresa: que transformação! O piso da bilheteria, de cimento, é maravilhoso, numa combinação bem acertada com os bancos.
O apartamento da IBM é perfeito, com tudo o que um apartamento precisa ter e móveis e objetos bacanérrimos de brinde (brinde é maneira de dizer, ok?). O quarto do rapaz, modernão e despretensiosamente elegante, é o sonho de muitos rapagões antenados. João Paulo Florentino já se consolidou como paisagista, num estilo criativo e sustentável.
A gaiola/assento da varanda das gaivotas deu um show de expressividade; o Café também está impecável, com direito a jardim vertical, árvore e um banco que sobe teto afora. A K-Chaçaria e Artesanato, com aquele tanto de detalhes e cores, prendem o visitante por longo tempo. Confesso que adoro cores fortes, misturas loucas...A praça também é de todos que passam por ela e se sentam nos bancos ao redor da escultura de ferro e plantas. A sala de tv, super confortável e meio retro, é um capítulo à parte.
Pura aventura o quarto do casal explorador, com aquele banheiro ao lado: propositadamente complementares. A cozinha de Giovanna Guerra é equilibradamente minimalista e calorosa. O studio do aviador é um exemplo de boa composição do sóbrio, elegante e moderno. O espaço gourmet é uma prova de que é possível ser tradicional, moderníssimo, chique, simples e aconchegante ao mesmo tempo. Foi um prazer fazer a instalação para os lustres de Tom Dixon, que combinaram lindamente com o aconchego do ambiente, reforçado pelas panelas e outros objetos em cobre, que remetem ao fogo do fogão à lenha.
A gelateria, em amarelo e branco, com iluminação suave, também é perfeita, assim como o sorvete. E quem pensaria em deixar uma viga sem revestir, bem rústica, iluminada por uma cascata de cristais? O azul, que marcava presença em vários ambientes, não deixa dúvida de que ele é unanimidade (nunca escutei ninguém dizer que não gosta de azul). Quem não gostaria de uma casa de campo como aquela? Uma boa sala de leitura é um espaço indispensável para leitores apaixonados, assim como todo artista quer uma varanda daquelas. Para completar, caprichadíssimos banheiros públicos. Valeu demais a visita.
O fato de o espaço ser enorme permitiu uma maior variedade de criação, destacando designers e arquitetos talentosos. Alguns dos artistas que deixaram tudo ainda mais lindo: Marcelo Solá, Pitágoras, Antonio Guerino (ah, por favor, exponha e nos convide!), Rogério Fernandes, Mateus Dutra, Siron, Fabiana Queiroga, Leonan Fleury... (Sugestão: que conste na revista o nome dos artistas e que os fotógrafos assinem as fotos que decoram os ambientes. Achei interessantíssimo um trabalho com um vidro e um adesivo por baixo, mas não foi possível saber de quem era). Se você ainda não foi, corra antes que acabe.

